As histórias podem ter rimas?
diversão e improviso?
Se pensou em dizer não...
Mude logo de opinião!
Quem é César Obeid?
Nasci na capital paulista no ano de 1974. Cresci em uma casa em frente a uma grande praça. Lá eu corri muito, empinei pipas, subi em árvores e aprendi a andar de bicicleta. O tempo passou... Quando eu tinha 21 anos comecei a estudar dramaturgia e fiquei encantado com o jeitão de contar histórias por meio de ações e diálogos. Escrevi peças, algumas delas foram encenadas. Depois conheci e me encantei com os poetas populares. Tornei-me contador de histórias, educador e escritor de livros infantojuvenis. Alguns dos meus livros foram premiados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ. Hoje em dia, eu escrevo matérias e artigos para jornais e revistas, como também participo de gravações de programas de televisão e rádio sobre leitura, literatura, poesia e cultura popular. Além de ler bastante e pesquisar os temas para os próximos livros, eu adoro comer pipoca, respirar ar puro, caminhar e beber água de coco.
Sou casado com a Renata e pai da Clara, uma linda menina. E é por ela, e por todos vocês, meus leitores, que eu luto diariamente por um mundo com mais amor e respeito ao planeta e a todos os seres. Mando um abraço cheio de paz e alegrias,
César Obeid
O escritor e educador César Obeid também escreve versos em cordel.
Então vamos conhecer um pouco da literatura de cordel?
Ninguém melhor que ele, Obeid o contador de histórias, para definir esse conceito...
O cordel é diferente
Do repente improvisado
O cordel é sempre escrito
Em folheto e declamado
O repente é improviso
Sem ter nada decorado.
Mas o nome do “cordel”
Provém lá de Portugal
Os cordéis ali ficavam
Pendurados num varal
No Brasil é diferente
“Folheto” é o nome usual.
O cordel foi no passado
O jornal do sertanejo
Sem TV nem internet
Num pequeno vilarejo
Esperavam o poeta
Com a rima e com gracejo.
Hoje é muito diferente
De alguns anos atrás
Porque hoje está presente
Nas maiores capitais
Todo o mundo já conhece
Suas rimas naturais.
Quem escreve o cordel
É chamado cordelista
E quem canta improvisado
É chamado repentista
Seja escrito ou de improviso
Rimas são a sua pista.
Estrofes retiradas do livro "Vida Rima com Cordel".
Ed. Salesiana: www.editorasalesiana.com.br
Cordel do Teatro para Crianças
Apresento o meu cordel
Carregado de lembranças
Nesse tema importante
Minhas rimas dão andanças
Vou rimar o que é possível
No teatro pra crianças.
O teatro pra crianças
É suave e inteligente
Apresenta um novo mundo
De uma forma diferente
Respeitando sempre o tempo
Da criança inocente.
A criança no teatro
Aprimora seu ouvido
Sua vida é mais alegre
E tem muito mais sentido
Fica adulto bem mais tarde
Seu caminho é colorido.
Pontos de vistas distintos
Com respeito sem parar
Despertar, esclarecer
Ensinar, também formar
No teatro é apresentado
A arte de representar.
Quem consome arte hoje
No futuro, é cidadão
Fábulas, mitos e poemas
Tudo da imaginação
Não existem as fronteiras
Pra quem vê com o coração.
Pra fazer o bom teatro
Tem que ter muita verdade
Todo mundo crê no jogo
Se houver sinceridade
E outras grandes virtudes
Clareza e simplicidade.
Para adultos ou crianças?
Não dá para comparar
O que vale é a intenção
Da boa história contar
E a platéia de crianças
Com amor já encantar.
Mas tem uma diferença
- É o riso da criança -
A platéia encantada
Todo mundo em festança
Celebrando a nossa vida
Muita música, muita dança.
O teatro pra crianças
Fala a língua universal
Comunicação direta
Para todo pessoal
Um ator entrou em cena
A magia é geral.
O adulto sempre escolhe
O que ele quer assistir
Compra o ingresso e assiste
Pra chorar ou pra sorrir
A criança está aberta
Para o novo que vai vir.
Nas platéias das crianças
O ator se realiza
Alegria de fazer
O que a criança mais precisa
A magia entra em cena
Quando no palco ele pisa.
O real vira o lúdico
E o lúdico, o real.
No teatro pra crianças
A vida é sensacional
A magia está presente
E o palco é genial.
O teatro pra crianças
Muito encantamento gera
Pra mostrar seus sentimentos
A criança não espera
Quando gosta ela sorri
Se não gosta é sincera.
Porque as crianças são
Esperança do futuro
A criança é o ser humano
Em seu estado mais puro
E o brilho dos seus olhos
Só nos livra do apuro.
As crianças nos recebem
Sem impor quaisquer barreiras
Mas às vezes questionam
O por quê das brincadeiras
Entre afetos e revoltas
Suas frases são certeiras.
E o risco do teatro
Pra criança dá prazer
A criança sempre diz
O que ela quer dizer
E nos dá mais otimismo
Pra muito mais fazer.
No teatro pra crianças
A morte é um renascimento
Com cenários, luz e música
Todo tipo de ornamento
Pra fazer esse teatro
Tem que ter muito talento.
Seja então um grande mímico
Que ocupa todo espaço
Seja então um malabarista
Seja um clown ou um palhaço
Pouco importa qual o nome
O que vale é seu abraço.
Quando acaba o espetáculo
A lembrança inicia
Que agora eu vou embora
Com amor e alegria
Deixo as rimas ao teatro
Que o teatro eu idolatro
Adeus, até outro dia.
Este cordel foi escrito especialmente para o evento de comemoração do Dia Mundial do Teatro para Infância e Juventude, dia 20 de março, no ano de 2007, em São Paulo. Este evento foi organizado pelo Centro de Referência do Teatro para Infância de São Paulo.
Chapeuzinho Vermelho em cordel
Bem vindos, ó minha gente
Uma história eu vou contar
Da Chapeuzinho Vermelho
Que os doces foi levar
Preste muita atenção
Para não se assustar.
Uma história eu vou contar
Da Chapeuzinho Vermelho
Que os doces foi levar
Preste muita atenção
Para não se assustar.
Uns docinhos bem gostosos
A mamãe lhe preparou
Colocando na cestinha
A mamãe lhe avisou
Mas não vá pela floresta
Mas ela não escutou.
A mamãe lhe preparou
Colocando na cestinha
A mamãe lhe avisou
Mas não vá pela floresta
Mas ela não escutou.
Pela floresta ela foi
E encontrou o lobo então
E o lobo disfarçou
Que era um anjo guardião
Atrasando a menina
Se mostrou espertalhão.
E encontrou o lobo então
E o lobo disfarçou
Que era um anjo guardião
Atrasando a menina
Se mostrou espertalhão.
A menina atrasada
Na casa da vó chegou
Na porta ela bateu
Mas ninguém de lá falou
Chapeuzinho preocupada
Na casa então entrou.
Na casa da vó chegou
Na porta ela bateu
Mas ninguém de lá falou
Chapeuzinho preocupada
Na casa então entrou.
Quando a vó ela viu
Foi difícil de entender
Nossa vó que olhos grandes
É para melhor te ver
E essa boca enorme
É a que vai te comer.
Foi difícil de entender
Nossa vó que olhos grandes
É para melhor te ver
E essa boca enorme
É a que vai te comer.
E o lobo a boca abriu
Para menina engolir
E um salto ele deu
Para ela não fugir
Foi quando o lobo disse
Não adianta você ir.
Para menina engolir
E um salto ele deu
Para ela não fugir
Foi quando o lobo disse
Não adianta você ir.
Para sorte da menina
Aparece um caçador
Corajoso ele disse
Vou acabar sua dor
Chapeuzinho alegremente
Sorriu como uma flor.
Aparece um caçador
Corajoso ele disse
Vou acabar sua dor
Chapeuzinho alegremente
Sorriu como uma flor.
O valente caçador
Com a faca empunhada
Abriu a barriga dele
Tirou a vovó amada
Que saiu de lá sorrindo
E todinha amassada.
Com a faca empunhada
Abriu a barriga dele
Tirou a vovó amada
Que saiu de lá sorrindo
E todinha amassada.
E assim aqui termina
Um conto com alegria
Do lobo que se deu mal
Com tanta estripulia
Um abraço pra vocês
Adeus até outro dia.
Um conto com alegria
Do lobo que se deu mal
Com tanta estripulia
Um abraço pra vocês
Adeus até outro dia.
Autoras:
Regina Nardi
Maria Angélica Zanata
Angela Nascimento
Cássia Tedde
Cláudia Galvão
Maria Angélica Zanata
Angela Nascimento
Cássia Tedde
Cláudia Galvão
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