sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Barbante e a Rima

As histórias podem ter rimas?
diversão e improviso?
Se pensou em dizer não...
Mude logo de opinião!


Quem é César Obeid? 

Nasci na capital paulista no ano de 1974. Cresci em uma casa em frente a uma grande praça. Lá eu corri muito, empinei pipas, subi em árvores e aprendi a andar de bicicleta. O tempo passou... Quando eu tinha 21 anos comecei a estudar dramaturgia e fiquei encantado com o jeitão de contar histórias por meio de ações e diálogos. Escrevi peças, algumas delas foram encenadas. Depois conheci e me encantei com os poetas populares. Tornei-me contador de histórias, educador e escritor de livros infantojuvenis. Alguns dos meus livros foram premiados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ. Hoje em dia, eu escrevo matérias e artigos para jornais e revistas, como também participo de gravações de programas de televisão e rádio sobre leitura, literatura, poesia e cultura popular. Além de ler bastante e pesquisar os temas para os próximos livros, eu adoro comer pipoca, respirar ar puro, caminhar e beber água de coco. 
Sou casado com a Renata e pai da Clara, uma linda menina. E é por ela, e por todos vocês, meus leitores, que eu luto diariamente por um mundo com mais amor e respeito ao planeta e a todos os seres. 
Mando um abraço cheio de paz e alegrias, 
César Obeid

O escritor e educador César Obeid também escreve versos em cordel.
Então vamos conhecer um pouco da literatura de cordel?
Ninguém melhor que ele, Obeid o contador de histórias, para definir esse conceito...




O cordel é diferente

Do repente improvisado

O cordel é sempre escrito
Em folheto e declamado
O repente é improviso
Sem ter nada decorado. 



Mas o nome do “cordel”

Provém lá de Portugal

Os cordéis ali ficavam
Pendurados num varal
No Brasil é diferente 
“Folheto” é o nome usual. 



O cordel foi no passado

O jornal do sertanejo

Sem TV nem internet
Num pequeno vilarejo
Esperavam o poeta
Com a rima e com gracejo. 



Hoje é muito diferente

De alguns anos atrás

Porque hoje está presente
Nas maiores capitais
Todo o mundo já conhece
Suas rimas naturais. 



Quem escreve o cordel

É chamado cordelista

E quem canta improvisado
É chamado repentista
Seja escrito ou de improviso
Rimas são a sua pista. 



Estrofes retiradas do livro "Vida Rima com Cordel". 













Cordel do Teatro para Crianças



Apresento o meu cordel 
Carregado de lembranças 
Nesse tema importante 
Minhas rimas dão andanças 
Vou rimar o que é possível 
No teatro pra crianças. 

O teatro pra crianças 
É suave e inteligente 
Apresenta um novo mundo 
De uma forma diferente 
Respeitando sempre o tempo 
Da criança inocente. 

A criança no teatro 
Aprimora seu ouvido 
Sua vida é mais alegre 
E tem muito mais sentido 
Fica adulto bem mais tarde 
Seu caminho é colorido. 

Pontos de vistas distintos 
Com respeito sem parar 
Despertar, esclarecer 
Ensinar, também formar 
No teatro é apresentado 
A arte de representar. 

Quem consome arte hoje 
No futuro, é cidadão 
Fábulas, mitos e poemas 
Tudo da imaginação 
Não existem as fronteiras 
Pra quem vê com o coração.

Pra fazer o bom teatro 
Tem que ter muita verdade
Todo mundo crê no jogo 
Se houver sinceridade 
E outras grandes virtudes 
Clareza e simplicidade. 

Para adultos ou crianças? 
Não dá para comparar 
O que vale é a intenção 
Da boa história contar 
E a platéia de crianças 
Com amor já encantar. 

Mas tem uma diferença
- É o riso da criança - 
A platéia encantada 
Todo mundo em festança 
Celebrando a nossa vida 
Muita música, muita dança. 

O teatro pra crianças 
Fala a língua universal
Comunicação direta 
Para todo pessoal 
Um ator entrou em cena 
A magia é geral. 

O adulto sempre escolhe
O que ele quer assistir
Compra o ingresso e assiste
Pra chorar ou pra sorrir 
A criança está aberta 
Para o novo que vai vir. 

Nas platéias das crianças 
O ator se realiza
Alegria de fazer 
O que a criança mais precisa
A magia entra em cena 
Quando no palco ele pisa. 

O real vira o lúdico 
E o lúdico, o real. 
No teatro pra crianças 
A vida é sensacional 
A magia está presente 
E o palco é genial. 

O teatro pra crianças 
Muito encantamento gera 
Pra mostrar seus sentimentos 
A criança não espera 
Quando gosta ela sorri 
Se não gosta é sincera. 

Porque as crianças são 
Esperança do futuro 
A criança é o ser humano 
Em seu estado mais puro
E o brilho dos seus olhos 
Só nos livra do apuro. 

As crianças nos recebem 
Sem impor quaisquer barreiras
Mas às vezes questionam 
O por quê das brincadeiras 
Entre afetos e revoltas 
Suas frases são certeiras. 

E o risco do teatro 
Pra criança dá prazer 
A criança sempre diz 
O que ela quer dizer 
E nos dá mais otimismo 
Pra muito mais fazer. 

No teatro pra crianças 
A morte é um renascimento 
Com cenários, luz e música 
Todo tipo de ornamento 
Pra fazer esse teatro 
Tem que ter muito talento. 

Seja então um grande mímico 
Que ocupa todo espaço 
Seja então um malabarista 
Seja um clown ou um palhaço 
Pouco importa qual o nome 
O que vale é seu abraço. 

Quando acaba o espetáculo 
A lembrança inicia 
Que agora eu vou embora 
Com amor e alegria 
Deixo as rimas ao teatro 
Que o teatro eu idolatro
Adeus, até outro dia.

Este cordel foi escrito especialmente para o evento de comemoração do Dia Mundial do Teatro para Infância e Juventude, dia 20 de março, no ano de 2007, em São Paulo. Este evento foi organizado pelo Centro de Referência do Teatro para Infância de São Paulo.

Chapeuzinho Vermelho em cordel




Bem vindos, ó minha gente
Uma história eu vou contar
Da Chapeuzinho Vermelho
Que os doces foi levar
Preste muita atenção
Para não se assustar.

Uns docinhos bem gostosos
A mamãe lhe preparou
Colocando na cestinha
A mamãe lhe avisou
Mas não vá pela floresta
Mas ela não escutou.

Pela floresta ela foi
E encontrou o lobo então
E o lobo disfarçou
Que era um anjo guardião
Atrasando a menina
Se mostrou espertalhão.

A menina atrasada
Na casa da vó chegou
Na porta ela bateu
Mas ninguém de lá falou
Chapeuzinho preocupada
Na casa então entrou.

Quando a vó ela viu
Foi difícil de entender
Nossa vó que olhos grandes
É para melhor te ver
E essa boca enorme
É a que vai te comer.

E o lobo a boca abriu
Para menina engolir
E um salto ele deu
Para ela não fugir
Foi quando o lobo disse
Não adianta você ir.

Para sorte da menina
Aparece um caçador
Corajoso ele disse
Vou acabar sua dor
Chapeuzinho alegremente
Sorriu como uma flor.

O valente caçador
Com a faca empunhada
Abriu a barriga dele
Tirou a vovó amada
Que saiu de lá sorrindo
E todinha amassada.

E assim aqui termina
Um conto com alegria
Do lobo que se deu mal
Com tanta estripulia
Um abraço pra vocês
Adeus até outro dia.


Autoras:
Regina Nardi
Maria Angélica Zanata
Angela Nascimento
Cássia Tedde
Cláudia Galvão 
Lu Mani
     Em: Oficina ministrada por César Obeid.  set/05








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